– Ninguém JO tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o Seu Senhor. Mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de Meu Pai vos dei a conhecer.
Notas do Autor: JO 15:13-15
NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE ESTE, DE DAR ALGUÉM A SUA VIDA PELOS SEUS AMIGOS. Em 1789, na fracassada tentativa da Independência do Brasil, onze revolucionários foram presos, entre eles, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Depois de três anos de prisão, Tiradentes, também traído por um amigo, foi o único condenado. Ao ser levado para ser pendurado no madeiro, Tiradentes, com cabelos e barba crescidos e trajando um vestido comprido, parecia um tipo de “cristo”. Até onze companheiros tinha. Antes de morrer enforcado, em 1792, disse: “Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria”. Morreu por amor à Pátria e no lugar dos seus amigos. Porém, as semelhanças entre o sacrifício de Tiradentes e o de Cristo param por aí. O amor de Tiradentes, ainda que extraordinário e heroico, foi seletivo e parcial: apenas pelo Brasil e pelos brasileiros, mas não pelos dominadores portugueses, por quem nutria um sentimento de aversão, chamado pelos historiadores de “lusofobismo”. O Amor de Jesus Cristo foi mundial, imparcial e incondicional: Ele morreu não apenas por amor aos apóstolos, a mim e a você; morreu também pelos judeus que O entregaram e pelos romanos que O crucificaram. Morreu por amor ao mundo todo (Jo 3:16). O apóstolo Paulo, que também confessou não merecer este Amor, “porque persegui a Igreja de Deus” (I Co 15:9b), escreveu: “Pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o Seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8).
MAS TENHO-VOS CHAMADO AMIGOS. Jesus chamou de amigos...
Seus ouvintes. “Digo-vos, amigos meus” (Lc 12:4). Estes amigos, logo mais, estarão clamando pela Sua crucificação.
Os publicanos e pecadores. Ao não recusar tal afirmação: “Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizeis: Eis aí um comilão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores” (Lc 7:34).
Judas. Quando chegou com os guardas: “Amigo, a que vieste?” (Mt 26:50).
O trabalhador insatisfeito. “Amigo, não te faço injustiça” (Mt 20:13). Este, ambicioso, vai se unir aos demais para matar o “Herdeiro”.
Seus discípulos. Os quais daqui a algumas horas, fugirão: “Então todos os discípulos, deixando-O, fugiram” (Mt 26:56b).
Os piores inimigos. Demonstrou isso quando, em agonia na Cruz, orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34a).