MC Alguns dias depois entrou Jesus outra vez em Cafarnaum e soube-se que estava em casa. Ajuntaram-se, pois, muitos, a ponto de não caberem nem mesmo diante da porta. E Ele lhes anunciava a Palavra.
LC E achavam-se ali sentados fariseus e doutores da Lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava com Ele para curar. E eis que quatro homens, trazendo num leito um paralítico, procuravam introduzi-lo e pô-lo diante dEle.
MC E não podendo aproximar-se, por causa da multidão, descobriram o telhado onde Ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o paralítico, LC para o meio de todos, diante de Jesus. MC E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico:
– Filho, perdoados são os teus pecados.
LC Então os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo: Quem é este que profere blasfêmias? MC Quem pode perdoar pecados senão um só, que é Deus?
Mas Jesus logo percebeu em seu Espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e MT conhecendo-lhes os pensamentos, disse:
– Por que pensais o mal em vossos corações? Pois qual é mais fácil? Dizer: perdoados são os teus pecados ou dizer: levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a Terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico):
– Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
LC Então ele se levantou diante deles, tomou o leito em que estivera deitado e foi para sua casa, glorificando a Deus.
MT E as multidões, vendo isso, temeram, e glorificaram a Deus, que dera tal autoridade aos homens. MC De modo que todos pasmavam e glorificavam a Deus, dizendo:
– Nunca vimos coisa semelhante!
LC E diziam, cheios de temor:
– Hoje vimos coisas extraordinárias!
Notas do Autor: MC 2:1-2; LC 5:17-18; MC 2:4; LC 5:19; MC 2:5; LC 5:21; MC 2:7-8; MT 9:4-6; LC 5:25; MT 9:8; MC 2:12; LC 5:26
E JESUS, VENDO-LHES A FÉ. A fé é requisito indispensável para a operação de Deus. Está escrito que o próprio Jesus, quando em Nazaré, “não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13.58). O que é interessante na cura deste paralítico é que a fé que Jesus viu não foi a do doente, mas a dos seus quatro amigos. Fé atrevida o suficiente para entrar de qualquer maneira na presença do Senhor.
FILHO, PERDOADOS SÃO OS TEUS PECADOS. Antes de mandar o paralítico andar, Jesus fez um diagnóstico daquele doente e viu que a causa da sua enfermidade era uma consciência atormentada por sentimentos de culpa e remorsos. Muitas pessoas sofrem por causas semelhantes. São as doenças que a medicina chama de psicossomáticas. A melhor definição vem do Dicionário Aurélio: “Psicossomático: 1. Pertencente ou relativo, simultaneamente, aos domínios orgânico e psíquico. 2. Perturbações ou lesões orgânicas produzidas por influências psíquicas (emoções, desejos, medo, etc.)”. E exemplifica: “A úlcera gástrica é, muitas vezes, uma doença psicossomática”.
QUEM PODE PERDOAR PECADOS SENÃO UM SÓ, QUE É DEUS? Não há dúvida de que só Deus pode perdoar pecados. O salmista escreveu: “Mas contigo está o perdão, para que sejas temido” (Sl 130.4). Jesus é Deus!
CONHECENDO-LHES OS PENSAMENTOS. Só Deus pode conhecer os íntimos pensamentos humanos, conforme está escrito: “Senhor, tu me sondas, e me conheces. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces” (Sl 139.1-4). Nem Satanás pode penetrar no pensamento humano. Pode, quando muito, tentar adivinhar e, esporadicamente, acertar. Só Deus, verdadeiramente, sabe com certeza. Esta é outra confirmação de que Jesus é Deus.
ORA, PARA QUE SAIBAIS QUE O FILHO DO HOMEM TEM... AUTORIDADE PARA PERDOAR PECADOS. Jesus fez aquele sinal para provar que Ele é Um com Deus, e que é o Único que tem Autoridade para perdoar pecados.
LEVANTA-TE, TOMA O TEU LEITO, E VAI PARA TUA CASA. Ninguém ali ficou sabendo quais eram os pecados daquele paralítico. Esta é uma questão íntima entre o pecador e Deus. Conclusão: o que mantinha aquele homem imóvel não era a paralisia e, sim, o seu pecado. Perdoado o seu pecado, o homem ficou curado.